domingo, 12 de setembro de 2010

Deriva


teoria da deriva é um dos trabalhos de autoria do pensador situacionista Guy Debord.
A deriva é um procedimento de estudo psicogeográfico – estudar as ações do ambiente urbano nas condições psíquicas e emocionais das pessoas. Partindo de um lugar qualquer e comum à pessoa ou grupo que se lança à deriva deve rumar deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos. É sempre interessante construir um mapa do percurso traçado, esse mapa deve acompanhar anotações que irão indicar quais as motivações que construiu determinado traçado. É pensar por que motivo dobramos à direita e não seguimos retos, por que paramos em tal praça e não em outra, quais as condições que nos levaram a descansar na margem esquerda e não na direita... Em fim, pensar que determinadas zonas psíquicas nos conduzem e nos trazem sentimentos agradáveis ou não.
Apesar de ser inúmeros os procedimentos de deriva, ela tem um fim único, transformar o urbanismo, a arquitetura e a cidade. Construir um espaço onde todos serão agentes construtores e a cidade será um total.
Essas idéias, formuladas pela Internacional Situacionista entre as décadas de 1950 e 1970, levam em conta que o meio urbano em que vivemos é um potencializador da situação de exploração vivida. Sendo assim torna-se necessário inverter esta perspectiva, tornando a cidade um espaço para a libertação do ser humano.
A deriva tem Guy Debord como um dos seus maiores entusiastas e estudiosos. Este autor formulou o início da Teoria da Deriva em 1958 e publicou na então Revista Internacional Situacionista. Desde então estudiosos, acadêmicos ou não, experimentam esse procedimento com interesses que vão deste simples estudos de uma cidade até a elaboração de dissertações e teses. Atualmente muitas pessoas que estudam geografia urbana, e muitos coletivos que questionam a urbanização experimentam a deriva como forma de estudo e de práxis política.

''Uma das práticas base dos situacionistas é a ‘dérive’ [literalmente: 'deriva'], uma técnica de passagem rápida por ambientes variados. A ‘deriva’ implica um comportamento lúdico-construtivo e uma consciência dos efeitos psicogeográficos, sendo portanto bastante diferente das noções clássicas de viagem ou de passeio. 
Numa ‘deriva’ uma ou mais pessoas durante um certo período de tempo esquecem as suas relações, o seu trabalho e actividades de lazer e todos os outros motivos habituais para movimento e acção, deixam-se guiar pelas atracções do terreno e pelos encontros que aí se processam.''

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