Sexta-feira passada, 20/08, visitamos o Museu de Arte da Pampulha (MAP), localizado no conjunto arquitetônico da Pampulha. Projetado por Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 1956 e, inicialmente, funcionava no prédio um cassino. Após a proibição do jogo no país, criou-se o projeto de um museu de arte moderna e contemporânea, que hoje conta com salas multimídia, biblioteca, café, bar, lojas e é aberto para visitas. Lá ocorrem também exposições periódicas e o museu ainda ajuda a promover o Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte.
É possível observar em toda a construção as diferentes linhas (curvas e planas) que a caracterizam, o que fica evidente na fachada, onde existe uma marquise curva para contrapor as linhas retas do grande salão. Também na entrada, observamos que os conceitos de público e privado, segundo Hertzberger, se entrelaçam, uma vez que o vidro utilizado em grande parte da superfície da construção permitem uma clara visualização, pelo lado de fora (público), do que há dentro (privado).
Algo que me encantou no projeto de Niemeyer, foi a sensação de que o prédio ''flutua'', causada pelo uso de colunas para sustentar a estrutura e também pela intensa claridade devido à substituição das paredes de concreto pelas grandes ''paredes de vidro''. Essa sensação continua até mesmo dentro do prédio, observando os mezaninos, e evidenciado ainda mais pelo não encontro da parede de espelhos com a parede de vidros. Essa infinitude existe em vários outros locais do Museu, como por exemplo em uma parede que termina em curvas e se mesclando com outro ambiente, ou na pedra semi-preciosa (Alabastro) utilizada nos mezaninos e na rampa, que por ser translúcida, possui uma certa profundidade, confundindo ainda mais os limites da obra. A parede de espelhos do grande salão, além de dar a idéia de que o ambiente tem o dobro da profundidade, proporciona também uma leveza e luminosidade maior do que se não existisse.
Como amante de paisagismo, adorei o trabalho feito nos arredores do MAP, projetado por Burle Marx. Os coloridos das diversas folhagens valorizaram a construção monocromática de Niemeyer.
As curvas sensuais de Niemeyer, a atenção aos detalhes, a utilização de diversos materiais e a leveza de sua estrutura, dão ao MAP um grande destaque, tanto na paisagem da Lagoa da Pampulha, quanto nos próprios projetos do arquiteto, que buscava uma identidade brasileira, fugindo das influências européias da época.
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